Anatomia do...furo

Pois é, hoje vou falar-vos de furos, não, não vou falar de furos jornalísticos. Vou falar de furo de pneus de automóveis.

Hoje tive o meu primeiro furo e, para quem, como eu, não percebe nada de carros pode ser uma aventura.

É sabido (eu pelo menos acredito) que as mulheres não são grandes entendidas em veículos de quatro rodas. Eu, pelo menos, quando penso no carro, penso num objecto cujo o único objectivo é levar-me a determinado sitio. Contrariamente aos homens, nós mulheres quando temos que usar o carro focamo-nos em coisas muito básicas: tenho a chave, tem combustível, o motor está a trabalhar e, mais importante de tudo, o rádio funciona, andar num popó sem ouvir umas musiquinhas é um aborrecimento. Os homens não, quando vão para o carro têm que dar uma voltinha para ver se não tem riscos ou amolgadelas, se os pneus estão cheios, se os vidros não têm nenhuma racha, etc, etc...ligam o carro com muito cuidado para poderem ouvir se há algum barulho estranho no motor e, se houver...pronto, é bom que haja alguma oficina aberta (depois as mulheres é que são stressadas)!

Naturalmente que eu faço aquilo que a maioria das mulheres faz, entro no carro, ligo o motor e bora lá. Hoje não foi um dia diferente. Saí do trabalho e foi sempre á abrir até...um indíviduo no carro atrás começar, insistentemente, a fazer sinais de luzes. Mau, pensei eu, mais uma tarado a meter-se comigo! No entanto, após uns largos metros com a mesma insitencia decidi parar num local onde, por sinal, estava outro veículo parado, não fosse o diabo tecê-las. O senhor atrás de mim também parou...já estava pronta para começar á chapada e a berrar que nem uma louca, quando o jovem, simpaticamente, me informa que tenho o pneu em baixo. Pois é, fiz uns quantos km com o pneus furado e nem me apercebi, porque, como sou mulher, não dou nenhuma voltinha ao carro para ver se, por exemplo, tem um pneu furado.

Continuando com a teoria, como sou mulher, a minha primeira reacção, após a triste informação, foi a de pegar no telemóvel e ligar...ao namorado. Mas, mais uma vez o jovem delicadamente indicou-me que poderia mudar o pneu numa oficina a alguns km dali, avisando-me que deveria ir devagar, para não fazer estragos maiores. Evitou, assim, que eu assumisse mais uma vez a minha azelhice quanto ao mundo automóvel.

Lá fui eu, bem devagarinho, até ao mecânico que prontamente mudou-me o pneu e, por ser mulher (digo eu), não me cobrou tostão!

Moral da história...as mulheres não precisam saber nada de carros, convém é saberem onde são os mecânicos, porque nem sempre haverá quem vos faças sinais de luzes numa estrada ladeada por pinhal de ambos os lados...bem, pelo menos para vos avisar que têm um furo...